segunda-feira, 28 de julho de 2014

A Sétima Arte - O Cinema


Os irmãos Lumière


Os irmãos Lumiére
     Auguste Marie Louis Nicholas Lumière  foram os inventores do cinematógrafo, sendo frequentemente referidos como os pais do cinema. Louis e Auguste eram filhos e colaboradores do industrial Antoine Lumière, fotógrafo e fabricante de películas fotográficas, proprietário da Fábrica Lumière (Usine Lumière), instalada na cidade francesa de Lyon. Antoine reformou-se em 1892, deixando a fábrica entregue aos filhos.
O cinematógrafo era uma máquina de filmar e projetar, invento que lhes tem sido atribuído mas que na verdade foi inventado por Léon Bouly, em 1892, que tivera perdido a patente, de novo registrada pelos Lumière a 13 de Fevereiro de 1895.

A primeira projeção

Cinematógrafo
     A primeira projeção pública de apresentação do invento ocorreu a 28 de Dezembro de 1895 na primeira sala de cinema do mundo, o Eden, que ainda existe, situado em La Ciotat, no sudeste da França. Os dois engenhosos irmãos realizaram a primeira exibição pública e paga da arte do cinema: uma série de dez filmes, com duração de 40 a 50 segundos cada (os primeiros rolos de película tinham apenas quinze metros de comprimento). Os filmes até hoje mais conhecidos desta primeira sessão chamavam-se "A saída dos operários da Fábrica Lumière" e "A chegada do trem à Estação Ciotat", cujos títulos exprimem bem o seu conteúdo. A sessão dos Lumière é aceita pela grande maioria da literatura cinematográfica como o marco inicial da nova arte.




     Atualmente estes filmes podem não nos surpreender, pois os procedimentos cinematográficos – de linguagem e psicologia –  já estão introjetados na vida do ser humano do século XXI. Mas as relações do fotógrafo e até mesmo do público com a novidade tecnologia de gravar a realidade, eram bem diferentes em 1895. Nem todas as pessoas iam à escola, nem todos sabiam ler, e portanto, muita gente não tinha estudo e não compreendia as leias da física, ótica ou qualquer assunto científico. Tudo era meio mágico, o mundo estava saindo do universo dos mitos e de crendices aos poucos. A história de pessoas se assustando com a chegada do trem não é mito, e também não é exclusividade do trem. As pessoas ficavam realmente atônitas diante das imagens projetadas. Por essas razões o cinema, neste período, não tinha o caráter (nem o status) de arte. Os Lumiére estavam aprendendo a explorar um produto técnico-científico, ou seja, um brinquedo novo.
O cinema expandiu-se a partir de então pela França, por toda a Europa e Estados Unidos, por intermédio de cinegrafistas enviados pelos irmãos Lumière para captar imagens pelo mundo afora.

Georges Méliès

     Nesta mesma época,  certo mágico ilusionista, chamado Georges Méliès, dono de um teatro nas vizinhanças do local da primeira exibição dos Lumière, quis comprar um cinematógrafo para o utilizar em seus espetáculos. Os Lumière não quiseram vender-lhe o aparelho: o pai dos irmãos inventores argumentava que o cinematógrafo tinha unicamente finalidade científica e que o mágico teria, por certo, prejuízo se gastasse dinheiro com a máquina para fazer entretenimento. Frustrado, Méliès conseguiu adquirir um aparelho semelhante na Inglaterra, fabricado por Robert William Paul, tornando-se assim o primeiro grande produtor de filmes de ficção, com narrativas sedutoras e truques aliciantes, destinados ao grande público: os primeiros efeitos especiais da história do cinema. Foi ele o criador da fantasia na produção e realização de filmes.


A Viagem à Lua
( Le Voyage dans la lune )  Georges Méliès 1902

Georges Méliès

   Georges também foi pioneiro na produção de filmes de terror. O primeiro foi feito apenas um ano depois da exibição dos irmãos Lumière e se chamava "Le Manoir du Diable". Para nós

do século XXI parece mais como uma comédia, mas vale lembrar que as pessoas da época estavam vivenciando o primórdio das projeções cinematográficas. Mas coube a um alemão as principais obras de Horror da época. Robert Wiene foi sem dúvida um dos maiores impulsionadores do género e uma das figuras máximas do expressionismo alemão. Em 1913 apresentou o filme “Student of Prague” baseado na lenda do Drº. Fausto.




Brasil

Rua do Ouvidor, RJ
     A primeira exibição de cinema no Brasil aconteceu em 8 de julho de 1896, no Rio de Janeiro, por iniciativa do exibidor itinerante belga Henri Paillie. Naquela noite, numa sala alugada do Jornal do Commercio, na Rua do Ouvidor, foram projetados oito filmetes de cerca de um minuto cada, com interrupções entre eles e retratando apenas cenas pitorescas do cotidiano de cidades da Europa. Só a elite carioca participou deste fato histórico para o Brasil, pois os ingressos não eram baratos. Um ano depois já existia no Rio uma sala fixa de cinema, o "Salão de Novidades Paris", de Paschoal Segreto.

O cinema pelo mundo

     Em 1913 surgem, com Max Linder – que mais tarde inspiraria Chaplin –, o primeiro tipo cômico e, com o Fantômas, de Louis Feuillade, o primeiro seriado policial.


     Em suma, os irmãos Lumière e Meliès deram origem a dois géneros fundamentais de cinema: o cinema documental e o cinema de ficção. Como forma de registrar (registar) acontecimentos ou de narrar histórias, o cinema é considerado uma arte, denominada sétima arte, desde a publicação, em 1911, do Manifesto das Sete Artes do teórico italiano Ricciotto Canudo.






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